Teatro | ||
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Home | Nos primeiros anos do século, as tendências realistas ainda permanecem, isoladamente na obra de autores como os irlandeses Sean O'Casey e John Millington Synge. Mas desde cedo esboçam-se movimentos de reação ao Realismo e Simbolismo. O Expressionismo advoga uma explosão incontrolável do eu: a subjetividade torna-se o centro de interesse da peça. Os estados psicológicos mórbidos são extensivamente explorados e para sugeri-lo, os encenadores lançam mão de uma cenografia extravagante. Posteriormente, o movimento entra em uma etapa de preocupação social, abordando temas de grande modernidade: a luta do homem contra a mecanização, os conflitos de gerações e, principalmente, a condenação do militarismo e da guerra. Os principais expressionistas foram: os alemães Frank Wedekind e Ernst Toller, o tcheco Karel Capek e o norte-americano Elmer Rice. Na Itália, o romantismo tardio de D'Annunzio é combatido pelos Futuristas, que fazem a apoteose da violência, a glorificação da energia e da mecanização. Mas ao passo que os italianos evoluem para o fascismo, os futuristas russos, que só tem em comum com eles a reação contra os valores fossilizados, defendem idéias politicamente opostas. Para Vladimir Maiakovský, o teatro trona-se um instrumento de veiculação dos ideais da nova sociedade soviética. Na França, a iconoclastia dadaísta, com sua contestação em bloco de todas as verdades da civilização ocidental, deixa poucas contribuições permanentes para história do teatro. O único autor que merece citação é Roger Vitrac, que colaborou com Antonin Artaud, o formulador da concepção do "teatro da crueldade": um espetáculo capaz de liberar as forças subconscientes da platéia, através da representação direta de seus mais íntimos sonhos e obsessões; a palavra é relegada a uma função meramente encatatória e a peça baseia-se, sobretudo na utilização da expressão corporal. Na Alemanha, o diretor Erwin Piscator afirma que o teatro não deve limitar-se a ser espelho de uma época, mas preocupar-se em modificá-las. É preciso que ele se torne um meio de conscientização política, voltado para os problemas e interesses do proletariado. Sua didatização do palco propõe para o teatro uma função social inteiramente nova. O caminho aberto por ele será trilhado por Bertolt Brecht, para quem o realismo psicológico é uma manifestação cultural vinculada à ordem burguesa. O teatro deve comprometer-se com o processo político. Em vez de hipnotizar o espectador, deve despertá-lo para uma atitude crítica. Para tornar possível essa não-identificação do público com a ação, Brecht propõe diversos processos de "distanciamento", destinados a quebrar contentemente a ilusão cênica. Os principais seguidores de Piscator e Brecht são Friedrich Durrenmatt, Max Frish, Peter Weiss e Rolf Hochhuth. A mesma técnica de "distanciamento, se bem que num registro e com intenções diferentes, surge no teatro de Luigi Pirandello. Sua problemática é de ordem metafísica: o sentido da vida e os limites entre realidade e ilusão. O mundo é um suceder de sonhos e não existem verdades absolutas. O teatro de Pirandello assinala a crise da própria arte teatral, e antecipa a angústia existencial e a consciência do absurdo que, mais tarde Jean-Paul Sartre e Albert Camus expressarão em suas peças. Antecipa igualmente as propostas básicas do teatro do absurdo.
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