Teatro | ||
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Home | Na Segunda metade do século XIX, desenvolve-se o melodrama burguês, que tenciona levar à cena problemas reais de indivíduos reais, sem parentesco com os heróis do Romantismo. Numa fase de transição, as peças de Victorien Sardou, Eugène Scribe e Alexandre Dumas Filho ainda apresentam visíveis traços românticos. A partir de 1870, sob o influxo do Naturalismo, os dramaturgos propõem-se a mostrar o homem-animal, condicionado pela hereditariedade e pelo meio, como o concebem as ciências biológicas. A atitude de esmiuçar e desmistificar os valores sociais faz nascer a peça de tese. Henryk Ibsen, considerado o pai do teatro moderno, coloca em questão, em suas peças, a situação da mulher, a sordidez dos interesses comerciais, a corrupção administrativa e a hipocrisia burguesa. Em suas obras posteriores, entretanto, evolui para o simbolismo acentuado. O mesmo sucede a August Strindberg: após levar o realismo às máximas conseqüências, envereda por herméticos dramas simbolistas, em que procura captar o funcionamento descontínuo e imprevisível da consciência. Anton Tchekhóv faz acurados estudos de atmosfera, ambientados na província russa, e retrata a passividade dos indivíduos diante da rotina sufocante do cotidiano. Denúncias ainda mais fortes são expostas nas peças de Máximo Górki, cujas personagens são pequenos-burgueses corroídos pelo tédio de um mundo sem perspectivas, ou a escória da sociedade, debatendo-se contra a pobreza. É a mesma camada social de onde sai o Woyzeck de Georg Buchner, o homem do povo enlouquecido pela opressão da miséria. Gerhardt Hauptmann, que também oscila entre naturalismo e simbolismo celebriza-se pelo tratamento épico que dá à história da revolta dos tecelões, na Silésia, em 1884, criando uma peça em que a personagem central é a multidão. William Butler Yeats também pratica simultaneamente os dois registros: um austero realismo e uma delicada fantasia de raízes folclóricas, ambos marcados por nacionalismo. O realismo de Oscar Wilde já é mais pessoal, retratando, com elegância e sofisticação, a vida da aristocracia vitoriana. E George Bernad Sahw, cuja obra pertence também ao séc. XX, defende ideais socialistas e caracteriza-se pela abordagem mordaz de assuntos considerados tabus, e pelo retrato impiedoso de seus contemporâneos.
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